Certa vez na estrada nas proximidades da cidade de Irati, Estado do Paraná, fui parado em um posto da Polícia Rodoviária. Quando o policial me viu à distância, foi logo se posicionando no meio da pista, com as mãos na cintura, pernas abertas, naquela posição típica de quem diz, “por aqui você não passa”. Fui tirando os documentos do bolso, mas para surpresa minha, ele foi logo dizendo assim que eu parei:
- Bonitinho esse teu jeep, hein?
Claro que concordei. Afinal com autoridade não se discute. Mas aí ele foi dizendo que sentia saudades quando seu pai tinha um igual ... e que ele havia dirigido muito jeep no sítio da família, e a história foi se alongando. Depois de 10 minutos falei:
- Senhor policial. Não é por nada não, mas tenho ainda muita estrada pela frente. Quer examinar meus documentos, por favor?
Ao que ele respondeu:
- Precisa não. Pode seguir. Eu só queria mesmo é dar uma olhadinha no jeep!
Em outra ocasião levei meu meio-irmão para providenciar os documentos de seu casamento. Quando o velhinho do cartório viu o meu jeep pela janela, perguntou apontando-o:
- É de vocês?
Diante da afirmativa, começou a contar suas experiências de mecânico naquele tipo de veículo durante a Segunda Guerra Mundial. Depois da narrativa que abrangia quatro anos de peripécias de guerra feita pelo simpático velhinho, da queda de Tobruk, do desembarque na Sicília, da batalha de Stalingrado e da invasão na Normandia, fomos forçados a interromper, caso contrário, meu mano seria obrigado a esperar o fim da Guerra da Coréia e do Vietnã, a invasão do Kwait e do Iraque para poder casar.
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