E por falar em gasolina batizada, ela muda de cor por conta destes aditivos modernos. Já vi gasolina verde, azul, vermelha, branca, lilás e outras tonalidades inexistentes até mesmo no arco-íris. Se faz alguma diferença no rendimento do motor ninguém percebe. Só mesmo fabricantes é que afirmam. E não pergunte ao frentista o que é o tal do aditivo que faz a gasolina mais cara. Ele só saberá dizer que tem aditivo. Cada dia que passa, mais e mais aditivos são inventados, e com as siglas mais indecifráveis possíveis. ICA, PVE, PVC. PREMIUM, PENTIUN, PLUS, DCC, XP, ETC ... Teve distribuidora que chegou a colocar um tigre no tanque dos clientes! Imagino que aqueles pêlos todos devem ter sido motivo de muitos entupimentos de canos e carburadores.
A coloração do combustível, que muda mais que cor de camaleão e político de partido, me permitiu uma brincadeira quando eu participei de uma prova de jeep tipo RAID, em Curitiba. Era uma tarde muito fria e chuvosa e no meio da prova paramos em um botequim de beira de estrada par toma um gole de conhaque pra ver se esquentava um pouco. Mas só havia aquelas marcas modelo “arrebenta peito” como se diz na gíria. Na falta de outro foi aquele mesmo. Aí notei que o conhaque tinha exatamente a mesma coloração que a gasolina do tanque do veículo. Como eu tinha uma mangueira transparente zero km a bordo, tapei o fundo dela com uma rolha, enchi-a de conhaque, tapei a outra extremidade e guardei o precioso líquido. Na parada seguinte, em meio aos demais concorrentes da prova, falei bem alto para ser ouvido por muitos:
- Prá enfrentar este frio, só mesmo tomando gasolina”. Dito isso fui até meu jeep, abri o tanque, coloquei a mangueira e simulei com se estivesse sugando. Fui até o meio da multidão e tomei aquela “gasolina” toda contida na mangueira. Em meio ao espanto geral, ouvi um garotinho exclamar:
- Vai morrê ! vai morrê !
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