Contagem Regressiva

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Tampinhas e outras invenções

  Desde os tempos antigos também chamados de “no tempo da ceva de rolha”, uma guerra subterrânea e silenciosa vem se desenrolando entre os fabricantes de lourinhas. Uma guerra para ver quem inventa mais uma novidade com relação aquele dispositivo de mantê-las prisioneiras em seus calabouços de vidro. Elas eram realmente encerradas em garrafas fechadas com rolhas. Mas com o crescente consumo e os processos decorrentes da economia de escala já não havia moleques disponíveis em escala industrial para tapá-las ou buscar cortiça no mato. A solução encontrada foi a criação da tampinha de metal, colocada por máquinas. Esta reinou soberana por décadas até que a inevitável e permanente insatisfação humana reclamar que sacá-las era muito demorado o que causava o aquecimento da cerveja, e cansativo o que era responsável por L.E.R. (lesão por esforço repetitivo). Preocupada com a possível avalanche de processos por danos físicos e morais, a indústria desenvolveu a tampinha twist-off. Aquela que se saca girando com os dedos sem necessidade daquele aparelhinho de tirar tampinha, e que sempre insiste em não estar disponível nas horas mais críticas.
      Em torno da tampinha tradicional, muitas lendas foram criadas, entre elas de que os piratas a tiravam travando-as na sombrancelha. Outra dizia que homem que era homem mesmo tirava-a com os dentes. Desconfio que esta última técnica tenha sido inventada por algum dentista protético, pois nunca se viu tanta gente procurando restauração dentária após uma cervejada.
      E por falar em tampinha, você já notou que fantástica quantidade de informação elas trazem? Letrinhas micrométricas sendo necessário um microscópio eletrônico para vê-las. Qual o propósito disto? Exigência dos órgãos fiscalizadores?
      Outro método de destampar cerva é aquela em que um fortão da mesa segura firmemente o pescoço da garrafa como se estivesse á matá-la por sufocação, e com a ponta do cabo de um talher, podendo ser garfo ou colher, faz uma alavanca apoiada na mão estranguladora. O efeito obtido é um “poff ” bem alto, que quase põe a tampinha em órbita, e que arranca exclamações de espanto da platéia. Uma variação deste método é aquele em que se usa o lado cego da lâmina de uma faca. O único inconveniente e que se deve trocar de fortão regularmente para preservar a integridade física das mãos utilizadas no processo. Pode tentar, mas tenha o cuidado de tirar o olho da reta. Já vi gente ir á nocaute por não mirar pro outro lado.
      A mais recente invenção nas tampinhas é imprimir fotos de “gostosas” dentro delas, na esperança que marmanjos colecionarem as referidas, sugerindo ainda usá-las como craques num jogo de futebol de botão. Mas não funcionou. Deixava-se a tampinhas viradas para cima para ver as gostosas mas as bordas serrilhadas não permitiam a jogada.


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