Cada louco com sua mania, mas quem tem jeep esta inserido em outra realidade. É uma mania com muitos loucos. E como loucura pouca é bobagem (santa originalidade), resolvi fazer uma viagem, de jeep é claro, desta vez a bordo do Diogo Velho Joe, pelo interior dos estados do Paraná e Santa Catarina, com a nobre finalidade de visitar ferro velhos.
Corria o ano de 1989, sendo o ponto de partida a cidade de Floripa.
Convidei meio mundo para ir junto, e mesmo quando já nem pedia mais para dividir as despesas do combustível, havia aparecido candidato.
O que fazer em ferro velhos? Ora direis, catar ferro velho de jeep. Como se não fosse possível achar peças para este veículo em lojas especializadas. Mas afinal, não tínhamos que ter uma justificativa? ou seria desculpa? Na verdade era a procura da doce sensação de liberdade, desprendimento e absolutamente nenhum compromisso, o que soa como verdadeiro crime nestes tempos modernos de capitalismo-consumista-parametrizado-compulsivo-rotulante. (nossa! Será que isso quer dizer alguma coisa?) Por fim apelei para o velho amigo Iguaçu que topou a parada.
Bem, apesar de todas as críticas, partimos sem nenhuma pressa em direção as serras via São Bonifácio, Santa Rosa de Lima e Braço do Norte onde pernoitamos em um hotelzinho meia-boca. Balanço do dia; nenhuma peça encontrada. Mas e daí? A região por onde passamos é uma das mais conservadas da floresta tropical brasileira, com sua mataria fechada sobre a estrada. Grandioso espetáculo da natureza que valeu o dia.
Na etapa seguinte passamos por Grão Pará e Aiurê até atingir a base da Serra Geral. Impossível não se impressionar com sua imponência. Paredões de arenito com até 1.000 de desnível entre base e topo. Mais tarde ao mostrarmos as fotos, dizíamos aos amigos que era nos Andes e todos acreditavam, tal a grandiosidade da paisagem.
A estrada cortada diretamente na rocha e serpenteando pela encosta, impõe respeito com uma pitada de medo. Um dos poucos caminhos de tropeiros, ligando o planalto com a planície costeira, que ainda se conserva sem a modernidade do asfalto. De um lado enormes paredões verticais de arenito avermelhado. Do outro, um precipício com centenas de metros, bem ao lado da estradinha estreita.
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